Com 70 dias em Dublin e na corrida por um trabalho na minha área, que é a de Tecnologia, posso afirmar: o trabalho é bem árduo, exige muito foco, paciência e coragem para não jogar a toalha…
– Recebo cerca de 2 e-mails por dia;
– 6 ligações por semana;
– Já passei por 20 entrevistas;
– Foram 10 NÃOS bem doloridos;
– 7 vagas aguardando feedback das empresas;
– 3 processos ainda em curso…
Como podem ver, a maratona pela busca de um emprego na Irlanda, mesmo em uma área que está bombando, não é fácil. Praticamente todos os dias aplico para, no mínimo, 15 vagas.
A primeira coisa, muito importante: A quantidade de entrevistas e as possibilidades de avançar para outras fases do processo dependem muito da ferramenta que você usa para prospectá-las, do visto que você possui e, certamente, também de uma pitada de sorte.
A ferramenta mais efetiva para mim tem sido o LinkedIn. O contato direto com os recrutadores faz toda a diferença e, além disso, o networking com outros profissionais com dicas sobre o mercado, são bem importantes para aumentar o seu repertório nas entrevistas.
Um dos exemplos mais positivos que tive foi o convite direto para uma entrevista, da qual estou na segunda fase – uma oportunidade que surgiu a partir de uma conversa com um contato na plataforma.
No meu caso, sites de empregos como Monster e Indeed, têm sido ferramentas úteis, mas muito menos efetivas. Quase sempre emperro na questão da limitação do meu visto, já que possuo apenas o Stamp 2, visto de estudante. Conversando com alguns compatriotas, cheguei à conclusão que esses sites funcionam melhor para que tem cidadania ou pelo menos o visto de residência no país.
Outro recurso útil é potencializar o seu networking com profissionais que atuam nas empresas de Tecnologia na Irlanda. Eles quase sempre estão presentes nas redes sociais e, além das dicas super úteis de como é o mercado de tecnologia no país, possíveis indicações podem surgir dessa troca nos grupos e fóruns de TI. Existem também alguns grupos no Facebook que ajudam. O IT in Dublin, por exemplo, é um dos que mais me tem gerado dicas quentíssimas e certeiras.
O passaporte europeu! Posso garantir que o fato de eu não ter conseguido meu primeiro job ainda foi pela falta de um!
Algumas empresas são diretas e logo no contato por telefone indagam se tenho permissão para trabalhar full-time (ou seja, período integral – 40h semanais).
Quando explico a minha situação, a frase que escuto é: Infelizmente não estamos aptos a patrocinar o Work Permit (visto de trabalho) no momento.
Por outro lado, alguns recrutadores avançam na conversa, buscando mais informações sobre minhas qualificações, minha motivação para mudar de país, etc. Já houve um caso do recrutador dizer que me contataria caso surgisse uma vaga com possibilidade de sponsor (patrocínio para o visto). Eu não levei muito a sério mas, para minha surpresa, nas minhas primeiras semanas em Dublin, uma empresa que eu havia conversado ainda do Brasil me chamou para uma entrevista presencial, a qual passei e estou na fase seguinte do processo.
Demorei a entender o porquê de tantos feedbacks positivos durante as entrevistas e nada do emprego. A verdade é que, para a minha área, que é a de Infraestrutura de Redes, apenas 10% das vagas que surgem são aptas a contratar profissionais part-time (meio-período), o que é o caso daqueles que possuem apenas o visto de estudante. Mas não faço ideia da realidade da turma de programação – e se eles enfrentam o mesmo percalço.
Conversando com um recrutador recentemente, ele explicou, também, que as vagas denominadas “contract”, que possuem períodos mais curtos e limitados – em média seis meses – não se encaixam nos requerimentos de um visto de trabalho, ou seja, mesmo que a empresa goste do seu perfil e você vá bem na entrevista, ela não terá como solicitar o visto de trabalho.
Com esse cenário, a realidade que vivencio nesses dois meses de Irlanda é a de acreditar que eu serei muito brevemente um contemplado nessa percentagem de 10%. Como citei lá em cima, nessa maratona por um trabalho no mercado internacional, além da experiência e dedicação, o quesito sorte também é bem-vindo.
Espero no meu próximo artigo, poder vir aqui para contar sobre a oferta de trabalho que tanto almejo!
Até lá.
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