Mas fazer o que na BÓSNIA? Eu ouvi isto muitas vezes, e possivelmente todos que escolherem este destino, também ouvirão. PORÉM, a verdade é que Sarajevo é uma cidadezinha (sim, 300 mil habitantes) linda e cheia de fatos que marcaram nossa história. Seja pelo inexplicável fato de ser ter sido o ponto inicial da primeira guerra mundial, seja pelos três anos que a cidade ficou sitiada até a sua emancipação da antiga Iugoslávia – e vale ressaltar, é impossível ir e não ficar com um pouquinho de raiva do sérvios (defensores e controladores da antiga Iuguslávia).
Bom, este não foi o primeiro destino do meu Mochilão para o Leste Europeu, mas por aqui começo a contar a história =o). Pra começo de conversa, olha só como Sarajevo está pertinho de tudo! hehehe
Nos hospedamos em um hostel (Residence Rooms, indico), e sempre me oriento e decido no Hostelworld pelas avaliações de localização. Sendo assim, não por sorte, ficamos em uma região ótima, próxima de tudo, cheia de bares, restaurantes, cafés (uma tradição na cidade), e claro, o centro histórico e os principais pontos turísticos da cidade. Aproveito para dizer que ficamos dois dias e foi o suficiente.
No primeiro dia, pegamos uma tour que o próprio hostel oferecia, de 20 Euros/pessoa. Basicamente se tratava de uma volta pela cidade no carro do dono hostel, e foi aí que a parte legal da história começou.
O nosso “guia”, era um senhor de 70 anos, que para começar bem, a mãe dele foi para um campo de concentração na Croácia com ele na barriga. Por obra divina, ela conseguiu sair e ele nasceu em Sarajevo. Além disto, e a parte mais interessante, é que ele trabalhou diretamente no governo de Sarajevo na época da guerra da Bósnia. Como membro do governo, negociou liberação de prisioneiros e chegou a ir até a linha de frente do confronto para efetivar as liberações. Agora imagine um cara com este nível de envolvimento na história lhe contando os detalhes…. simplesmente fantástico!
Pontos altos (Must See) de Sarajevo:
Nada mais que a cidade antiga de Sarajevo, o reduto dos turistas. Lojas de souvenirs, de antiguidades, cafés, restaurantes, mesquitas etc. Uma ótima caminhada.
Além disto, lá fica também o museu da história de Sarajevo, que me foi muito recomendado, mas que não tinha nada demais. Mas também, por 2 euros, valou matar a curiosidade.
A fotinha ao lado, de Ron Haviv, é uma das mais famosas da guerra.
Além da foto, o museu reúne itens de várias pessoas, da imprensa, de artistas, de teatros para tentar contar de forma imparcial o horror da guerra.
Entre as curiosidades mais assustadoras, o fato de que muitas famílias passaram a viver na cozinha, isto porque ficar em cômodos com janelas não era seguro, afinal, nos morros ao redor da cidade, sérvios com snippers poderiam estar vigiando seu fim de tarde.
Valeu muito conhecer. Ao contrário do que acontece comigo em museus, parei item por item, e li TUDO! Uma tristeza enorme saber que coisas como essas ainda estão acontecendo por aí…
Durante a guerra, os morros que estão ao redor da cidade serviram para as forças servias se espreitarem e controlarem a cidade. De lá, com canhões e snippers, controlavam a cidade e mantinham o terror.
Claro que a pista de Bobsleigh (aquele esporte do carrinho do filme Jamaica Abaixo de Zero), não ia resistir também a guerra, e a foto ao lado mostra o que sobrou.
Além de destruir os pontos de comunicação da cidade como correios e centrais telefônicas, os sérvios no intuito de encurralar Sarajevo, colocou suas tropas nos morros ao redor e fechou todas as estradas. Além disto, no aeroporto, forças pacificadoras da ONU dominaram o aeroporto, deixando assim, Sarajevo sem comunicação com o mundo.
A solução foi construir um túnel de 800 metros, que começava em uma casa ao lado do aeroporto e terminava fora da cidade. Foram três meses de trabalho árduo para dar um canal de escape, suprimentos (alimentos, remédios e armamentos) e também, de exportação de soldados civis, que saiam de Sarajevo para ajudar em outras batalhas ao redor do país.
Sou praticamente um caçador, um amante do por do sol, e para cada cidade que fui fiz questão de encontrar um lugarzinho para contempla-ló.
Em Sarajevo encontrei dois e acabei optando por este aí acima. Cerca de 10 minutos morro acima (o que nos custou menos de 7 euros, de táxi), e chegamos neste cafézinho (Vidikovac). Fantástico. Para ser ainda mais curioso, às 19h, a cidade ecoa um canto que vem de todas as mesquitas, chamando os religiosos para rezar. Único.
O segunda opção seria em cima da Avaz Tower (a esquerda). Subimos lá em outro horário (custou um Marco Conversível para sair na sacada do prédio), mas sem dúvidas, o melhor por do sol foi no Vidikovac.
Além disto, a gente passou por outros pontos da cidade, como: a chama eterna, a Latin Bridge (onde o príncipe do império Austro-Húngaro foi assassinado, e a primeira guerra começou), casas/ prédios ainda com marcas de balas, a Eiffel Bridge, o museu de Fina Arte, o parlamento, o Holiday Inn e outros lugares marcados pela guerra, que foram destruídos e reconstruídos.
Para ficar mais gostoso, vai aí um prato e uma cerveja típica da cidade/ país.
O prato da Bósnia é o Cevapcici. Um pãozinho com uns croquetes de carne que parecem hambúrguer com umas cebolinhas. Delícia, o melhor prato típico da minha viagem pelo Leste Europeu! Para acompanhar, nada mais típico que uma Sarajevska =o).
Se você olhar a foto a esquerda, talvez ache que é um calçadão normal da Europa, e até é, com um detalhe: na mesa, não tem cerveja, tem CAFÉ!
Espantoso como eles, o dia inteiro, todas as idades, se encontram em cafés pela cidade para conversar, e raros são aqueles que estão tomando cerveja, a maioria fica com o cafézinho mesmo.
Quiçá, por conta dos 44% de muçulmanos da cidade, que tem aquela relação mais íntima com o café?
Cheguei em Sarajevo a partir de Belgrado (Sérvia). Fazendo as contas e algumas buscas no Skyscanner, acabei vendo que valia a pena, acabei viajando de avião. Em 45 minutos estava lá. Viajei de Jat Airways, 70 euros. Valeu muito a pena. Depois, do aeroporto para o centro, o preço do táxi é fechado em 15 euros. By the way, táxi é muito barato, vale a pena pegar, me senti na Bolívia de tão irrisórios os valores.
Para quem vai de Dublin, é preciso pesquisar um pouco, pois não encontrei voo direto. Talvez o negócio seja encaixar Sarajevo em uma outra tour pela região, voando para a Croácia, Sérvia etc.
Para quem curte filmes alternativos, o Sarajevo Film Festival acontece anualmente já há 24 anos com foco nos países do Sudeste Europeu. Saiba mais em http://www.sff.ba/. Este ano será do dia 16 a 23 de agosto.
Além deste, pode conferir também o festival de Jazz e de Teatro.
Por fim: NÃO DEIXE DE VISITAR! A cidade foi reconstruída em 16 anos, e sinceramente, se você vier a Sampa e depois for para lá, vai dizer que quem passou por uma guerra fomos nós, não eles….
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