Pristina, Kosovo, um destino impensável (mesmo em um mochilão), ainda mais que os outros do Leste Europeu, como Belgrado, Sarajevo etc., mas mais um cantinho, uma quina, um iceberg da história do mundo moderno. Certamente longe de ser um lugar de belezas estonteantes, ainda mais distante de ser um simbolo de desenvolvimento cultural e econômico mas, um país jovem e cheio de personalidade. Para quem vê de longe (sem a pretensão de achar que em um dia eu vi de perto), um simples palco de guerra e sofrimento (como Irã, Síria ou Líbia), mas eu prefiro ver como uma nação que apesar de conhecer as dificuldades, insurgiu-se no afã de ser algo diferente, melhor para si.
Deixando a “poesia” de lado (só um pouquinho), para aqueles nascidos antes da década de 80 ou no início de 90, deve se lembrar de notícias sobre a guerra do Kosovo, ou então do nome de Slobodan Milosevic. Entre 96 e 99 houve a última guerra entre a Iugoslávia e algum dos seus rebeldes, no caso a província Servia do Kosovo que pedia independência da Servia, que por sua parte, se recusava. Em 1999, Kosovo foi definida como uma província independente com o apoio da OTAN.
Em 2008 se declarou unilateralmente independente da Sérvia, e alguns países ao redor do mundo já os consideraram um país independente (EUA, França, Alemanha… Brasil, não, Brasil ainda não, em cima do muro). Em setembro de 2012 se ventilou a declaração de Kosovo finalmente como estado independente, até que em 3 de outubro 92 membros da ONU consideraram Kosovo independente, sendo então membro do FMI e do Banco Mundial.
Hoje os mais de 92% de albaneses do Kosovo, podem se considerar independentes, com sua moeda (euro), sem relação consular com a Sérvia (ou seja, não precisa visto, assim como o resto da Europa). O ministério brasileiro das Relações exteriores não aconselha ir ao Kosovo, por ainda ser uma região “instável” (oi?) e também porque não tem embaixada brasileira no local.
Bom, para acabar com o blá blá blá, mas afinal o que tem pra FAZER no Kosovo? A resposta vocês já sabem, mas vou lhes dar ainda mais argumentos. Mas se você quer um lugar para FAZER alguma coisa, Pristina não é o lugar…
O primeiro lugar turístico é uma semi-imitação do famosíssimo “I amsterdam” holandês. O monumento dando ao país a condição de recém nascido foi inaugurado em 2008, quando o país se declarou unilateralmente independente. Ao lado tem dois ou três cafés para os turistas, serviço ruim, mas tinha internet wi-fi hehe. Nesta mesma praça, atrás do monumento tem um shopping e subindo as escadarias, fica um ginásio dos tempos da união soviética.
Esta rua, que deve se tornar o centro turístico da cidade (já está se tornando), é um símbolo da cidade que mostra que o país não está se reconstruindo, e sim de um país que está sendo construído. Apesar dos resquícios de destruição, o que se vê é um país se levantando. Uma rua para pedestres que vai ficar muito bonita quando finalizada e que já tem lá seus encantos, cantos, restaurantes, souvenirs etc. Aliás, foi aí que encontrei meu imã de geladeira, 2 euros =o)
Por todos os lados vê-se símbolos da gratidão Kosovar para com os EUA. Bandeiras norte americanas, ruas com nome de George Bush, Bill Clinton, escolas norte americanas entre muitas outras coisas que lembram a terra do tio Sam. Nesta Boulevard, Bill Clinton, fica a universidade do Kosovo e biblioteca nacional. Prédios lindos, que não imaginava encontrar por lá (abaixo). Entretanto, um dos prédios da Universidade, o mais novo, estava fechado. Ao lado disto tudo, aí sim, algo que eu “esperava” (tristemente) ver: uma igreja enorme, inacabada e cercada por arame farpado. Motivo: quem estava construindo indo eram o Sérvios cristãos, quando o albaneses muçulmanos (92% da população) declarou sua independência, embargaram a obra (a esquerda).
Ao redor da cidade, tem várias mesquitas que você pode visitar. Como na frente das mesquitas esta escrito que é proibido entrar de bermuda, fiquei meio ressabiado, até que em uma delas, a maior, um dos crentes que entravam, nos convidou para entrar. Entrei muito feliz, não pela mesquita, mas pelo orgulho que vi neste povo, ele quis nos mostrar sua cultura, a sua fé, apesar de não estarmos em conformidade às regras. Momentos “bobos”, mas únicos, que fazem valer a visita!
Por fim, tentamos ir ao museu da cidade, mas estava fechado. No domingo? Enfim, não pudemos conhecer. =/
Andando pela boulevard Madre Tereza, vimos um poster enorme do ex-Presidente Ibrahim Rugova, escritor e martir da libertação kosovar. Presidiu o país de 1992 até 2000 e depois de 2002 a 2006, quando morreu.
A cidade ainda não conta com transporte público, portanto, ou anda a pé ou de táxi. Táxi, por sua vez, é muito barato e trabalha com preço fixos (ex. da rodoviária até o centro, 15 euros).
Chegamos em Kosovo a partir da cidade de Podgorica, em Montenegro, que sai diariamente as 9:30 da noite. Para ir embora, pegamos um ônibus para Skpoje, na Macedônia, que custou 5,5 euros. Na rodoviária o custo de guardar a mala é 1 euro por peça, sua bagagem fica em uma salinha muito da mequetrefe, que não fica aberto 24h (era tipo das 8h as 22h, not sure).
Para se uma ideia de como tudo é barato:
Conclusão: Parabéns ao Kosovo, que cresçam uma nação forte e feliz, porque sim, sou favor da independência de qualquer povo que seja maioria absoluta e se sinta no direito de tal.
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