Mais uma história para o Conte Sua História, mais um destino da série o Pra Onde Ir! É o E-Dublin te levando da Irlanda para Europa e até para África!
Com vocês, Felipe Viante!
Meu nome é Felipe e eu moro em Dublin (aliás, o E-Dublin me ajudou MUITO no passo-a-passo de como programar minha vinda), mas não sou marinheiro de primeira viagem pois já fiz intercâmbio na Espanha, na cidadezinha de San Lorenzo Del Escorial, a uns 40 km de Madrid.
Minha ideia hoje não é falar nada sobre Dublin, afinal, quase todos que frequentam esse blog já sabem muito mais do que eu sobre essa cidade. Estou escrevendo para passar a minha experiência de viagem. Pois é, as férias da faculdade estavam chegando, nenhuma viagem programada… Até que alguém falou: vai pro Marrocos!
Marrocos? Mas que diabos vou fazer no Marrocos? Bem, quem é noveleiro vai lembrar que umas das novelas que mais fez sucesso na Globo, O Clone – sim, aquela novela com a Jade, Murilo Benício, entre outros -, foi gravada no Marrocos. Mas além das casinhas brancas da cidade de Casablanca, o que mais tem para ver por lá?
Eu não sabia, mas a passagem pela EasyJet estava 50 euros ida e volta. E sim, eu sei que 50 euros pela Ryanair ou EasyJet (saindo da Espanha) é quase viajar de primeira classe, mas isso era alta temporada, quando não existem mais descontos. Então lá vou eu para o Marrocos, acompanhado da minha amiga Paola.
Chegando lá, um calor infernal que até parecia que estávamos na África… Hum, mas estávamos literalmente na África! :) Descemos do avião e já tinha uma fila, todo mundo tirando foto… Aí sim vinha a imigração. Pelo o que eu lembro, o oficial não fez nenhuma pergunta, mas pesquisou meu nome nos dados do computador por um bom tempinho e, muito esperto, não ficou folheando o passaporte para ver onde ele iria carimbar. Já abriu o passaporte pela parte de trás, carimbou na última pagina e escreveu umas coisas em árabe.
Ok, eu e minha amiga passamos tranquilo, e agora? Como se comunicar em árabe? Será que eles falam inglês, espanhol, português? Pasmem, mas lá os taxistas e o motorista do ônibus falavam um espanhol e um inglês perfeito (como 90% da população de Marrakech). Como o ônibus era bem mais barato e o motorista nos explicou bem certinho onde ficava nosso hostel, fomos de ônibus mesmo.
Descemos em frente à praça Jemaa El-Fna, e o motorista falou que era para atravessarmos, já que o nosso hostel era bem ali pertinho. Até então, as coisas estavam perfeitas demais.
Do outro lado da praça era uma feira, mas não uma feirinha… Era um verdadeiro Shopping Center de tendas, barracas, construções antigas feitas de barro, uma do lado da outra, seguindo uma ordem que nem o melhor matemático ou engenheiro do mundo poderia explicar. E a notícia boa é que nosso hostel estava ali, dentro daquela bagunça – a noticia ruim é que cada brecha entre uma lojinha e outra, é uma rua que, óbvio, não tem identificação.
Mas como dizem, “quem te boca vai a Roma“. Na verdade, ir a Roma é muito mais fácil do que ir ate o seu hostel em Marrakech. Mas antes de ir pra lá eu já tinha pego algumas informações e dicas com uns amigos que já haviam feito a viagem antes, e essa foi uma das primeiras e mais valiosas dicas, aí vai: peça informação na rua, mas não deixe ninguém te acompanhar, porque “muito simpática” a pessoa vai te acompanhar ate a porta do seu hostel, mas lá ela vai te cobrar pela informação. Então simplesmente pergunte onde fica e diga que não precisa acompanhar.
Após perguntarmos a umas 3 ou 4 pessoas, encontramos o La Casa Del Sol, um hostel que segue a mesma ideia dos que estamos acostumado aqui na Europa, onde você divide o quarto com mais algumas pessoas. O hostel tinha café da manhã, com pão e café, e dois banheiros, um normal e um marroquino.
Meus parabéns, você adivinhou, nesse buraco você faz tudo: número 1, 2 e ainda toma banho, muito prático (até agora não consigo entender porque ninguém usava esse banheiro, apenas o outro que era igual ao que você tem aí na sua casa).
Bom, mas vamos ao passeio por Marrocos, bem resumido pois afinal de contas foram 6 dias de muitas aventuras:
O que você mais vai ver em Marrakech é comércio, a cidade gira em torno dele. Aí vem a segunda dica: negociar, mas não pedindo apenas um descontinho, já que os preços que os comerciantes te oferecem é no mínimo 1000% a mais. Sim, 1000%, não errei na quantidade de zeros não. Então, se você vai comprar uma lembrancinha e ele diz que o preço é 50, você diz que paga 4, aí ele te oferece por 40 e você diz que paga 4, então ele te oferece por 30, 20, 15, aí você diz: compro por 5 e não mais que isso! Negócio fechado, e é assim que funciona.
Outra dica talvez mais importante que essa: NUNCA, EU DISSE NUNCA, negocie um preço e no final: “ok, eu volto mais tarde para comprar”, a minha amiga fez isso, e quase voltamos sem dentes para a Espanha.
Sobre as comidas? Bem, o suco de laranja é o melhor suco de laranja que eu já tomei na minha vida, e por um preço que você não precisa nem negociar: ele é vendido por 3 dirham, isso deve ser mais ou menos uns 70 centavos de real. Seria muita sacanagem negociar um suco de 70 centavos, né?
Mas ainda sobre a comida, CUIDADO: isso me rendeu uma intoxicação alimentar e 3 quilos a menos. Mas o pior não foi passar mal, foi eu começar a passar mal no meio do deserto do Saara (Sim, umas das coisas mais divertidas em ir para o Marrocos é a viagem para o deserto do Saara. Pelas opções que o próprio hostel ofereceu, tinha uma viagem de 2 dias e uma de 3, eu escolhi a de 3 dias). Passei mal, MUITO mal, acho que não preciso entrar em detalhes, mas quem já teve intoxicação pode imaginar o que eu estou falando. Tudo isso no meio do deserto, sem banheiro, sem água fresca, sem nada…
Por isso, fica mais uma dica: comida no Marrocos, só industrializada, fervida ou frita. Nada de “vou comer uma saladinha porque estou de regime”, a não ser que você queira que seu regime tenha resultado em 3 dias.
Imagens via Dreamstime
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