Parei para relembrar meus passos na terrinha e me questionei por onde andei. Refleti sobre o mundo que eu conhecia e vi que não conhecia nada, que muitos dos lugares aonde ia, das músicas que escutava e do que meus olhos viam, no geral, eram limitados e pré-selecionados.
Ok, quem é de São Paulo sabe que aquele é um mundo de possibilidades e incansáveis opções de lugares para ir, e nem sempre o tempo e as distâncias nos permitem conhecer tudo, assim como valores de passagem para a raiz de uma porção das descobertas não são no preço de uma Ryanair.
Eis que, já que eu não fui até o Nordeste no Brasil, ele veio até Dublin. Há pouco mais de um ano, em uma quinta-feira, apareci no Mercantile por meio do convite de uma amiga para conhecer um pouco do que o Nordeste tem. Quando cheguei, já tinha gente arrastando o pé há anos.
Mal pisei lá, e a mão de um cavalheiro veio me chamando pra uma valsa (ou uma quase salsa), e eu só fui. Eu forrozeei como nunca antes na minha vida brasileira. Saí de lá com músculos despertos, a blusa molhada e um sorriso no rosto como que dizendo: “que delícia de terra essa a nossa”. Terra de gente boa, de gente do bem, de gente que nasceu com riqueza nos pés e estava ali, fazendo o chão lamber essa cultura e contagiar o restante do mundo.
Sim, o mundo está querendo forrobodó, com o poder da essência da palavra. Afinal, o pessoal ali só quer dançar e tomar água se der tempo de parar a roda entre uma dança e outra.
Vi gente de fora dançando um xote agarradinho, colando a testa suada em outra, aliviando a correria que os pés tiveram no dia na pista, levando o par na dança e deixando-se levar, confiando no contato físico e nos seus próprios passos de olhos fechados.
De repente, eu me vi aprendendo a ser levada pela zabumba na gringa, dançando com irlandeses que foram contaminados ainda antes de mim mesma pelo ritmo brasileiro no corpo e alma, vendo-os cantar a poesia que o forró emite pelo metal do triângulo.
Vi os passos dessa dança serem levadas a outros ambientes mundiais e tomando cada vez mais espaço, trazendo cada vez mais pessoas para a roda, que já nem sei mais: não sei dizer de onde o forró vem, se foi o irlandês que chamou primeiro ou se fomos nós, brasileiros. Só sei que já está tudo junto e misturado. E talvez Gilberto Gil estivesse certo em dizer que a expressão “for all” é de onde o forró é derivado.
Para informações sobre os eventos de forró, acesse a página do Forró Dublin e entre na roda!
Agendou as suas tão esperadas férias para novembro e não vê a hora de escolher…
As plataformas de investimento online nada mais são do que um recurso por meio do…
Você já ouviu falar do movimento Movember? Quem convive com irlandeses ou cidadãos da Austrália…
Uma pesquisa recente do LinkedIn, divulgada pela BBC Brasil, revelou os destinos mais procurados por…
O primeiro-ministro irlandês (Taoiseach) Simon Harris anunciou, no último domingo, a criação de uma força-tarefa…
O IRP é a sigla para "Irish Residence Permit", que em português significa "Permissão de…