Antes da Bósnia e de Montenegro, vem a Sérvia, ou será a Iugoslávia? Isso, depende do ponto de vista, no mochilão vem antes da Sérvia, na história, talvez a Iugoslávia, mas isso dá pano para manga hein? Tem muita história por trás destes três países, e de vários outros do Leste Europeu.
Antes de contar como foi a minha aventura pela Sérvia, vale um adeno para informar que desde 2013, brasileiros não precisam mais de visto para entrar na Sérvia.
“O Itamaraty informou à Embaixada do Brasil em Belgrado que foi publicado no Diário Oficial da União de 05/09/2013 o Decreto Presidencial nº 8.095, de 04/09/2013, que promulga o acordo de isenção de vistos entre Brasil e Sérvia em viagens de turismo ou negócios.” Mais informações sobre o visto no e-mail secretaria@consuladodaservia.com.br. Veja os países que exigem visto.
A ida a Belgrado tinha várias expectativas, dentre elas viver um pouco da história, da efervescência da região. Tentar entender um pouco mais da história da Iugoslávia, do Kosovo, deste povo tão sofrido e tão guerreiro (literalmente). Conforme você vai passando pelos locais, se informando um pouco mais, vai descobrindo que a inquietação é latente, frequente, pulsante e definitiva. Esperamos tempos de paz e progresso para este país que pleiteia entrar na Zona do Euro, e por isto, está se segurando para não estrangular cada albanês do Kosovo.
A primeira dica é tecnológica: um aplicativo. Em vez de usar mapas de papel, baixei um aplicativo que era bom e ruim ao mesmo tempo – BelgradeGenie para Android. O legal deste app, é que além de mostrar os locais turísticos, ele tem dois dias de tour, e para cada um dos locais, ele tem uma explicação gravada (isso mesmo, áudio) sobre os lugares. A parte ruim, é que é um app de maturidade baixa, e toda hora dava pau, travava. O que fizemos nos 2 dias (mais que suficiente), basicamente foi o que estava no app (não necessariamente na mesma ordem).
O que é a maior catedral dos balcãs, nem é de fato uma catedral , mas é assim considerada pelo povo local, pelo tamanho e importância. É um monumento bonito e cheio de história, mesmo tendo pouco mais de 30 anos de idade…. Tentaram construir em 1905, parou, voltou, remodelou até que em 1984 aprovaram a construção da igreja, anos e anos se passaram, e pasmem, apesar da parte fora ser muito bonita, e enorme, o interior ainda não está finalizado, uma pena.
Em frente ao parlamento tem uma pequeno parque onde fica o Town Hall e também um pequeno palácio, onde ficava a última sede da dinastia Serva. No Town Hall tem um muzeuzinho, gratuito, mas não tinha nada… hehe. Atrás da praça, fica o Parlamento da Sérvia, onde era o Parlamento da Iugoslávia e também da Sérvia e Montenegro. Como este prédio era visto como símbolo de antigos e detestáveis governos, foi destruído pela população, e em 2011, completamente reconstruído com uma nova fachada. Fica próximo a Correio central e também a igreja de St Mark, que apesar de bonita e cheia de história (foi destruída na segunda Guerra, e construída uma nova com mesmo nome).
Esta é a praia dos Belgradenses no rio Sava. Como pegamos ali no final do verão e em um dia que não estava lá muito calor, estava bem vazio e muitos dos barzinhos da ilha estavam fechados. Entretanto, para um passeio de bicicleta e um almoço tranquilo a beira rio, é um ótimo lugar, e no verão deve ser um point super movimentado =o)
Talvez uma das parte mais interessantes da cidade, por ser um bairro antigo da época do império Austro-Hungaro. No topo do morro Gardos, tem uma torrezinha (que leva o mesmo nome), que você pode subir para ver a cidade. Infelizmente na hora que cheguei, já não podia mais subir. Aproveitamos para dar umas voltinhas pelo bairro, que, além das ruas e casinhas antigas) tem umas lojinhas, barraquinhas e restaurante tradicionais, além de ficar em frente da a Ilha da Grande Guerra, uma praia local no verão.
Certamente a parte mais importante da visita a Belgrado, pela beleza e pela sua história que vem desde o século III. Em uma das entradas, perto do centro da cidade, tem as barraquinhas de souvenirs e objetos antigos, na outra, tinha uma exposição de fotos diversas (bem legal por sinal). Além de ser um forte, e ter um museu (fechado de novo) e vários tanques e armas da segunda guerra, tem também umas igrejinhas bem legais (mas que estavam bem fedidas, acho que estavam fazendo velas ou sei lá).
Por fim, no topo do Kalamegdan, de frente aos rios (Sava e Danúbio) e a ilha da Grande Guerra (ponto estratégico dos austríacos na primeira guerra) fica o monumento de Pobednik, símbolo da vitória, mas mais de tudo, o ponto perfeito para ver uma das vistas mais esperadas por mim, em todos os locais: o por do sol, mais uma vez sensacional!
Opa, desta vez foi interessante hein? Perguntamos no hostel para a recepcionista e ela nos indicou a taverna?, isso mesmo, o nome do lugar é? Isso porque antes tinha o nome de um santo, o que a igreja desaprovou e mandou tirar. Enquanto não sabiam o nome que iam colocar, como um protesto, ficou com o nome?, e nunca mais mudou. O prediozinho tem 200 anos de idade e em si já é um ponto de visita interessante, mas o principal, claro, são suas comidinhas tradicionais.
A região toda do leste europeu foi sempre um campo de guerra, passando na mão de império austro-húngaro, otomano, nazista, Ioguslavo etc., por isso, assim como Sarajevo, Belgrado tem um mistura de culturas muito grande e a culinária, por exemplo, se confunde em muito com a culinária turca.
Outro fato interessante, é que apesar de você andar pela cidade e ver diversas estações de metrô, só existem duas em funcionamento. Grande parte de tudo foi construído, mas as diversas guerras, conflitos da cidade e a falta de dinheiro impediram que se colocasse o metrô em operação. Agora novos planos de ativar a rede metroviária estão a caminho, com a expectativa de inaugurar em 2021 (isso porque o primeiro plano de metrô veio na década de 50!).
No táxi para o aeroporto para ir embora, fui conversando com o taxista que arranhava no inglês, e perguntei sobre a guerra do Kosovo. Em resumo, a opinião dele é que o território deveria ser servo, principalmente porque sempre foi, e porque é uma área “rica”, mas ele já acha que não tem mais jeito de retomar devido as forças americanas e OTAN estarem protegendo a área. Estranhamente, apesar da ira evidente na voz ao falar do Kosovo, não há ressentimento com Montenegro, que em 2006 se separou da Sérvia.
Cheguei a Belgrado indo de Budapeste de trem, compramos pelo site da Rail Europe, justamente para ter tudo certinho na hora de pedir o visto. Indo de Dublin, assim como para Sarajevo e Montenegro, o negócio é engatar Belgrado com alguma outra viagem próxima, tipo Budapeste, Praga, Viena etc., pois a passagem direto para Belgrado não é das mais baratas.
A moeda é o Dinar Sérvio. Táxi é barato, não tanto como em Sarajevo, mas tendo pouco tempo na cidade, vale bem a pena para ir para Zemun, Ilha Ada etc., que são um pouco mais afastados e ir a pé não o mais rápido.
Wi-fi é bem comum na cidade, quase todo restaurante tem, e algumas regiões tem na rua, “patrocinado” por operadoras de telefonia local.
A parte incomoda, que não pode deixar de ser contada, é que foi o lugar do leste onde mais vimos pedintes. Comer nas mesinhas de fora dos restaurantes é pedir para ser abordado.
Por fim, a conclusão: De todos lugares que passei no leste, é aquele que tem as maiores sombras, sofrimentos e resquícios das guerras que assombram a região desde sempre. Um lugar interessante, apesar de não ter muito o que ver.
Imagens via Dreamstime
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