A “novela” do Brexit ainda está longe de acabar, mas um capítulo parece ter encerrado o assunto a respeito da Irlanda do Norte e a República da Irlanda. O Reino Unido assinou um acordo garantindo a livre circulação entre os dois países. Além dos pólos irlandeses, as ilhas Jersey, Guernsey e Man também entram nessa resolução.
Sendo assim, independentemente do que for decidido sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, não haverá necessidade de visto, autorização ou outro tipo de documento para cruzar as fronteiras entre esses territórios.
A assinatura do documento que garante a livre circulação entre Irlanda e Irlanda do Norte aconteceu na quarta-feira, dia 8 de maio. Ele prevê que os cidadãos, tanto irlandeses ou nortenhos, possam trabalhar, estudar, ter acesso à saúde e educação, além de outros direitos. Ele assegura o que já ocorria desde 1922, quando houve um acordo de livre circulação entre os dois países.
Não! Como dissemos aqui no E-Dublin, existia a possibilidade de haver uma fronteira física entre as duas Irlandas. Com isso, existia um medo de que, com o Brexit, o terror do passado voltasse à tona, já que as duas Irlandas têm histórico de guerras, e não seria nada interessante que houvesse muros ou separações entre elas. Afinal, isso poderia gerar um “revival” de conflitos que não acontecem desde o acordo de paz entre Irlanda e Irlanda do Norte, assinado em 1998.
Outro dado divulgado recentemente era de que motoristas irlandeses que pretendiam viajar de carro para a Irlanda do Norte deveriam aplicar para uma espécie de “green card”.
Apesar do acordo, muito se especula e se estuda a respeito dos efeitos do Brexit na República da Irlanda. Como existem muitos irlandeses que vivem no Reino Unido ou ingleses com família na Irlanda, organizações mostram que é possível muitos nativos retornarem ao país e muitos britânicos passarem a viver na Irlanda por ela ainda estar dentro da União Europeia. Isso pode, até mesmo, afetar ainda mais a crise de acomodação no país.
Sim, haverá um impacto global com a saída do Reino Unido da União Europeia. Mas claro, países europeus vão sentir mais, em especial aqueles que têm uma relação direta com o Reino Unido, como é o caso da Irlanda, que existe na mesma ilha onde há um país britânico.
Com o atraso das negociações, os investidores estão evitando aplicar em países onde não se sabe muito o que vai acontecer, escolhendo outros lugares para fugir de futuros problemas. Sem investimento, pode-se afetar abertura de empresas. Um exemplo é a Honda, que deixou de abrir uma empresa em Donegal. Mesmo sem admitir que foi por causa do Brexit, há muita especulação dizendo que esse foi, sim, o motivo.
As empresas que já estão instaladas em países como a Irlanda podem não demitir, mas, com a incerteza do Brexit, elas podem deixar de crescer. Ou seja, deixar de contratar. Apesar de todas as especulações, mesmo com base em informações, apenas quando acontecer o Brexit é que haverá uma ideia do que realmente vai acontecer. Com o acordo agora firmado, boas notícias podem estar por vir.
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