Muita gente procura o E-Dublin para perguntar como são as questões de restrição e intolerância alimentar no intercâmbio. Será que quem sofre desses problemas deve seguir viagem?
A nutricionista Lisiane Giusti responde essas questões, dando dicas de como manter a dieta em dia, em caso de restrições alimentares, como a intolerância à lactose ou ao glúten e para os adeptos do veganismo.
Afinal, restrição e intolerância alimentar no intercâmbio pode não ser um bicho de sete cabeças.
Vamos acompanhar?
Você sabia que o leite de caixinha, ao qual estamos acostumados no Brasil, é diferente dos disponíveis na Irlanda?
Lisiane relata que, no Brasil, o leite passa por um processo chamado Ultra High Temperature (UHT). Dessa forma, para esterilização do leite, ele passa por temperaturas ultra elevadas e, logo na sequência, por resfriamento, chegando a -32C.
Esse processo permite a destruição de todos os microrganismos nocivos à saúde humana. Porém, tal prática não é comum na Irlanda, que prefere o processo de pasteurização mais ameno.
Em suma, o processo é o mesmo, o que muda são as temperaturas aplicadas. No caso do UHT, as temperaturas elevadíssimas permitem, por exemplo, o armazenamento por muito mais tempo; já no caso do Pasterized Milk, as temperaturas são mais baixas, e o leite dura menos tempo.
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O que isso tem a ver como a sua dieta? Vai depender de pessoa para pessoa, mas, por conta da mudança, o organismo pode desenvolver alguma intolerância ou sensibilidade ao leite.
Giusti ressalta, por exemplo, que pessoas que não tinham essa sensibilidade no Brasil podem passar a sofrer com distensão abdominal e desconforto após tomar o leite local.
Para quem já tem algum histórico de intolerância à lactose, a boa notícia é que, na Irlanda, existe um leque de opções nos supermercados, e isso não se limita ao leite.
Por isso, restrição e intolerância alimentar no intercâmbio na Irlanda não deve ser problema.
Se o seu destino é a Irlanda, respire sossegado! Você não terá problemas se você tiver intolerância ao glúten.
O glúten é uma proteína encontrada em alguns cereais, como o trigo, a cevada, o centeio, o malte e a aveia, e que causa grandes danos a quem é alérgico. As pessoas com esse problema são portadoras da doença celíaca que, em função de causar inflamação no intestino delgado, compromete as vilosidades responsáveis pela absorção dos nutrientes.
Ela pode ser descoberta em qualquer idade, com sintomas que incluem dor e desconforto no sistema digestivo, constipação, diarreia crônica, atraso do desenvolvimento fisiológico em crianças, anemia e fadiga — embora seja possível ter sintomas que se desenvolvam de forma ramificada em diferentes órgãos.
O importante, nesse caso, é que a pessoa se ajuste a uma dieta 100% livre de glúten por toda a vida.
Além da variedade de produtos sem glúten disponível no país, você poderá contar com a Sociedade Celíaca da Irlanda (CSI).
Trata-se de uma instituição voluntária que disponibiliza informações sobre a doença celíaca e dermatite herpetiforme (ambas necessitam da dieta “glúten free”) — eles informam sobre onde encontrar alimentos sem glúten, o estilo de vida das pessoas diagnosticadas, além, é claro, da oportunidade de os membros se conhecerem e compartilharem suas experiências e participarem de campanhas com ajuda do governo para sensibilizar a sociedade sobre o tema.
Nove países estão na lista dos mais veganos do mundo são: Espanha, Reino Unido, Suécia, Israel, Índia, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia.
Entre eles, Israel pode ser considerado o país mais vegano do mundo. Estima-se que cerca de 300 mil pessoas, 4% da população total, são vegans. No Brasil, são quase 30 milhões de pessoas que se declararam veganos, segundo pesquisa do Ibope Inteligência, realizada em abril de 2018.
Na Irlanda, o veganismo também é uma realidade e, especialmente nos últimos anos, muitos cafés e restaurantes abraçaram a causa, com a política Vegan Friendly.
Nos supermercados, existe uma grande variedade de produtos com a etiqueta (V), indicando, assim, que o produto pode ser consumido por veganos.
Ou seja, pelo menos no quesito restrição e intolerância alimentar no intercâmbio, os intercambistas a caminho da Irlanda não terão problemas em adequar a sua dieta.
Sem falar que os produtos para intolerantes e vegans não estão associados a preços mais altos, já que eles são super acessíveis.
Agora que você já sabe como é ter restrição e intolerância alimentar no intercâmbio na Irlanda, que tal se planejar para embarcar e seguir viagem?
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