E 2021 foi mais um ano atípico. A segunda temporada da pandemia da Covid-19 no mundo teve altos e baixos quando o assunto foi Irlanda, intercâmbio e viagens. Tanta coisa aconteceu que muitas vezes a gente se confunde. Afinal de contas, isso rolou em 2020 ou 2021?
Do início da vacinação à quarta onda de contaminações pela Europa, o edublin esteve atento a cada detalhe e conseguiu informar os leitores em tempo real sobre a situação da pandemia neste ano que passou.
Além disso, teve também notícias que trouxeram um pouco de alegria e entusiasmo e não faltaram motivos para ter esperança, mesmo que só um pinguinho.
Tá, eu sei que tem muita gente querendo esquecer 2021 — assim como aconteceu no fim de 2020 –, mas relembrar é poder ter em mente que as coisas podem melhorar, não é mesmo?
Então bora para esta retrospectiva 2021 e colocar na ponta do lápis os principais acontecimentos publicados nesta plataforma nos últimos 365 dias.
Ouça: Melhores do Ano: 2021 – edublinCast (Ep. 146)
A vacinação contra a Covid-19 começou em dezembro de 2020 na Irlanda, mas foi apenas em janeiro que a primeira brasileira recebeu uma dose no país. Marcelle Blaser, 37, de Goiânia, é enfermeira e atua há cerca de três anos no país. Parte dos grupos prioritários que atuam na área de saúde, ela teve a possibilidade de recebe a primeira dose da Pfizer logo no começo.
O início da vacinação, inclusive, foi um dos assuntos mais falados em janeiro, mas de certa forma acabou sendo ofuscado por uma nova onda da Covid-19 na Irlanda. O primeiro mês de 2021 foi oficialmente o pior mês da pandemia da Covid-19 na Irlanda, com 1.000 mortes registradas.
No dia 19 daquele mês foram notificadas 93 mortes relacionadas à Covid-19 no país em 24 horas, o maior número até hoje.
Por conta da situação grave do mês, muitos foram afetados, principalmente estudantes estrangeiros. A Irlanda começou a dificultar a emissão de vistos e estudantes de inglês acabaram tendo que adiar a viagem por um bom tempo.
O desfile de St. Patrick, considerado o Carnaval dos irlandeses, foi cancelado, mais uma vez.
Parecia mais um dejà vu de 2020, para o horror de todos.
A Covid-19 seguiu com altas taxas de infecção. Por isso mesmo, o lockdown mais severo do país (nível 5) foi estendido. O mesmo aconteceu com o auxílio emergencial.
As variantes do vírus começaram a assustar o mundo, que passou a fechar fronteiras com países que as identificavam pela primeira vez, caso, por exemplo, do Brasil.
A vacinação ainda estava engatinhando na Irlanda, mas a proposta da vacina Janssen ser aprovada na União Europeia, com a necessidade de uma só dose, além da abertura de centros de vacinação pelo país dava um ar de prosperidade à campanha de imunização.
E apesar de todos os contratempos da pandemia, a Irlanda conseguiu ser o único país da UE a ter crescimento econômico. A retração da UE foi de -6,8% enquanto a República da Irlanda conseguiu ter o crescimento econômico de 3% alavancado pelo setor farmacêutico e de medicina.
Após a prisão de um brasileiro acusado de ter assassinado um jovem irlandês durante uma confusão nas ruas de Dublin, uma grande crise entre grupos de adolescentes e entregadores estrangeiros começou na capital irlandesa. Uma articulação começou a acontecer como forma de diminuir a animosidade nas ruas. Enquanto isso, brasileiros começaram a relatar cada vez mais casos de violência atuando com delivery de bicicleta pelas ruas da cidade.
O papa Francisco reconheceu Knock, na Irlanda, como santuário internacional. O local de peregrinação de milhares de fiéis católicos, no condado de Mayo, ganhou o reconhecimento do vaticano por ser considerado um lugar sagrado pois, acredita-se, foi onde um grupo de pessoas avistou Nossa Senhora, em 1879.
O cinema na Irlanda teve destaque em 2021. Um filme de animação criado na Irlanda foi indicado ao Oscar de Melhor Animação. Wolfwalkers, produzido pela Cartoon Saloon, foi anunciado entre os indicados ao prêmio, mas acabou não saindo vencedor.
Na área de trabalho para estrangeiros, os brasileiros ficaram na segunda colocação entre os estrangeiros com mais vistos de trabalho na Irlanda. O total foi de 16.400 permissões emitidas, sendo 1.799 vistos a brasileiros, 15% a mais que no ano anterior.
Com centros de testagem gratuita espalhados pelo país, a Irlanda começou a ter números mais precisos da infecção da Covid-19. Nesse contexto, foi sancionada a lei da quarentena obrigatória em hotéis, que começou a dificultar a chegada de passageiros vindos de países considerados de risco. O edublin conversou com um brasileiro que ficou hospedado em um dos quartos disponíveis e ele narrou a rotina que, segundo ele, “parecia uma prisão”.
A Irlanda do Norte deu sinais de que poderia voltar a ter conflitos internos no mês de abril. A violência voltou às ruas do país com ataques em Derry, no interior, e em Carrickfergus, próximo à capital, Belfast. Carros foram incendiados e coquetéis molotov foram arremessados contra a polícia. As ações seguiram por dias.
No Reino Unido, em 9 de abril, morreu o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II. O presidente da Irlanda e autoridades do país se solidarizaram com a família real. O príncipe Philip da Grã-Bretanha morreu aos 99 anos e foi o consorte mais antigo da história britânica.
Como se não bastasse as dificuldades encontradas nos hospitais irlandeses por conta da pandemia da Covid-19, um ciberataque afetou todo o sistema do HSE (Health Executive Service), o serviço público de saúde da Irlanda. O governo acredita que o ataque tenha ocorrido por criminosos internacionais que buscavam extorquir dinheiro. Agendamentos para consultas em clínicas e serviços foram cancelados ou interrompidos devido ao desligamento do sistema após o ataque.
O caso do brasileiro Thiago Côrtes, atropelado e morto em Dublin em setembro de 2020, ganhou um novo capítulo. O adolescente que dirigia o carro teve prisão de dois anos decretada. O jovem preso, de 17 anos, ultrapassou o sinal vermelho, em alta velocidade, no North Wall Quay, atingindo Thiago, que não resistiu aos ferimentos e morreu.
Depois que a Irlanda parou de emitir novos vistos a estrangeiros, famílias formadas entre brasileiros e cidadãos irlandeses, europeus que vivem na Irlanda ou com outros brasileiros residentes no país se viram inaptas a se reencontrar e começaram um movimento pela reunificação familiar. A campanha chamou a atenção do governo irlandês que autorizou vistos para reunificação familiar e permissão de trabalho.
Com aposta no turismo durante o verão europeu, a União Europeia aprovou a reabertura dos países do bloco para turistas estrangeiros que estiverem totalmente vacinados contra a Covid-19.
Enquanto o Brasil estava sofrendo com falta de equipamentos hospitalares para tratar da Covid-19 em hospitais, o governo irlandês doou 47.520 frascos do medicamento Atracurium, relaxante muscular utilizado na ventilação de pacientes doentes com Covid-19 em terapia intensiva.
Uma grande novidade na Irlanda foi a retirada do Brasil da lista de países de onde era preciso visto prévio para entrar na Irlanda, tornando mais fácil para cidadãos brasileiros irem para o país, porém, ainda por motivo essencial.
O governo também colocou muitas profissões do setor de saúde na lista de essenciais e emergenciais na Irlanda. para que estrangeiros que atuam em funções da área pudessem conseguir visto de trabalho e seguir trabalhando no país.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou a vacina chinesa Coronavac, que também é produzida e distribuída no Brasil, para o uso emergencial. Mas, em junho, a União Europeia ainda estudava liberar a vacina para autorização de entrada nos países do bloco.
O EU Digital Covid Certificate (Certificado Digital da Covid na UE) — em versão digital e impressa — começou a funcionar no dia 1 de julho. A Irlanda começou a usar o certificado em 19 de julho. O EU Digital Covid Certificate (Certificado Digital da Covid na UE) reúne informações como nome, data de nascimento, data de emissão, informações sobre a vacinação, teste ou recuperação da covid-19 e código identificador que possa ser escaneado.
E um dos meses mais quentes do verão europeu registrou altas temperaturas na Irlanda. Nem parece verdade, mas essa tradicional ilha fria teve alerta laranja decretado pelas autoridades. O forte calor ultrapassou os 30 graus — um absurdo para os padrões irlandeses.
Com a saída das tropas americanas do Afeganistão e a volta do Talibã ao poder no país, o mundo viu o país do Oriente Médio se tornar um ambiente de caos e muito desespero. Nesse contexto, a Irlanda autorizou a emissão de vistos a 200 a cidadãos afegãos, priorizando aqueles que trabalham com direitos humanos, incluindo mulheres, garotas e minorias, assim como membros de organizações internacionais.
A Irlanda anunciou planos de criar uma frota de ônibus que não poluem o meio ambiente. Um acordo foi assinado para colocar nas ruas de Athlone e Dublin 45 ônibus totalmente elétricos em 2022, de um total de 200 em até cinco anos.
Falando em meio ambiente, voluntários brasileiros do grupo “Amigos of the Earth” mostraram que unidos podem ser essenciais para a natureza. Eles começaram a limpar as areias do litoral de Dublin, retirando da natureza quilos e mais quilos de lixo.
Uma das notícias mais esperadas do ano chegou. A Irlanda liberou a entrada de turistas com a retomada e reabertura do país.
Além disso, a Irlanda já começou seu plano de reabertura total. Desde 20 de setembro, escolas de inglês do país podem aceitar novos alunos estrangeiros. Isso acontece depois de mais de um ano e meio de interrupção na autorização da entrada de estudantes de inglês estrangeiros no país.
A quarentena obrigatória em hotéis na Irlanda, medida restritiva que ainda estava em vigor para quem chegasse ao país sem estar vacinado ou recuperado da Covid-19, acabou no dia 25 de setembro. Todos os países foram retirados da lista de rico, chamada de “Designated States” e nenhum viajante mais teve que cumprir quarentena em hotéis determinados pelo governo irlandês.
Uma notícia superbacana mexeu com os irlandeses. A primeira mulher negra ganhou o posto de Miss Irlanda. Pamela Uba, de Galway, é descendente de africanos e sua família mudou da África do Sul para a Irlanda quando ela tinha sete anos de idade. Hoje, aos 26 anos, Pamela trabalha no Galway University Hospital após terminar um mestrado em “clinical chemistry”, no Trinity College, atuando na linha de frente contra a Covid-19.
E a população na Irlanda voltou a ter mais de 5 milhões de habitantes. Como assim? É de se estranhar, mas pelo menos até a metade do século 17, a população na Irlanda era maior do que nos dias de hoje. A realidade é que hoje existem mais irlandeses morando fora do país do que na própria República. Uma nova pesquisa do CSO (Central Statistics Office), no entanto, divulgou uma estimativa de crescimento da população na Irlanda, descobrindo que a República ultrapassou a casa dos 5 milhões de habitantes pela primeira vez desde 1851.
O governo irlandês atualizou a lista de Work Permit, o que significa que mais setores e funções empregatícias entraram como elegíveis para permissão de trabalho na Irlanda, podendo contratar e dar visto de trabalho a trabalhadores estrangeiros (fora da UE e EEA). Os setores beneficiados são construção, logística, hotelaria, saúde e agricultura.
Fernanda Duavy, de Salvador, Bahia, conquistou a primeira colocação no campeonato nacional de fisiculturismo para atletas naturais na Irlanda, um campeonato que onde atletas não podem utilizar nenhum tipo de anabolizante para competir. Aos 30 anos, a atleta brasileira ganhou na categoria Bikini Open Class no evento promovido no fim de setembro, pela NBFI (Natural Bodybuilding Federation of Ireland).
Notícia boa para muitos brasileiros, a Irlanda aprovou a vacina Coronavac como válida para entrar no país, liberando a necessidade de testes.
Já a Pfizer desenvolveu uma nova pílula, que poderá combater a Covid-19 em pacientes contaminados. Se aprovada, a Irlanda poderá ter um papel importante na produção, já que a empresa tem fábrica em Cork.
O Reino Unido e a União Europeia podem entrar em uma guerra comercial se o Protocolo da Irlanda do Norte for quebrado pelo primeiro-ministro britânico, Bóris Johnson. O assunto foi destaque nos principais jornais irlandeses e europeus em novembro. Basicamente, o protocolo evita uma fronteira dura entre República da Irlanda e Irlanda do Norte.
Com o surgimento da variante Ômicron, no final de novembro, o país decretou um “freio de emergência” para passageiros vindos de países do sul da África, como forma de tentar barrar a nova cepa do vírus. Além disso, viajantes com destino à Irlanda de qualquer lugar do mundo precisarão apresentar um teste anti-Covid-19 negativo para embarcar ao país, mesmo com o ciclo vacinal completo.
O Departamento de Justiça da Irlanda anunciou em 3 de dezembro um programa de regularização de imigrantes que estão vivendo no país sem documentação por um longo período de tempo. O programa vai permitir que imigrantes em situação irregular, que preencham os requisitos necessários, possam ser regularizados e, em alguns casos, possam entrar com processo de cidadania irlandesa para permanecer na República.
A União Europeia determinou que o Digital Covid Certificate (certificado digital da Covid), utilizado para provar imunização contra o novo coronavírus, tem uma validade de nove meses (270 dias) para efeitos de viagens. O período de validade tem em consideração as orientações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, segundo as quais são recomendadas doses de reforço o mais tardar seis meses após a conclusão do primeiro ciclo de vacinação.
O já tradicional Dublin New Year’s Eve Festival não vai acontecer em 2021, mais uma vez, por conta das restrições do governo irlandês para conter a variante Ômicron da Covid-19. O festival costuma acontecer às margens do rio Liffey, com apresentações musicais e queima de fogos de artifício, entre outros eventos fechados.
A Irlanda tem visto o número de novos casos de coronavírus disparar. Desde o Natal, o montante de testes positivos em 24h tem batido recorde atrás de recorde. No dia 28, foram registrados 16.428 novas contaminações, superando todos os registros de contágios por dia desde o início da pandemia.
Já são 2.001.608 doses extras (booster) da vacina na Irlanda aplicadas em pessoas com 40 anos ou mais ou a partir dos 16 (imunossuprimidas) e trabalhadores do setor de saúde. Desde 25 de dezembro, pessoas de 30 a 39 anos, com o primeiro ciclo completo de vacinação, começaram a poder se registrar para tomar a dose de reforço no país.
Você pode ver que o ano de 2021 foi um mix de emoções e notícias boas e outras nem tanto assim. Mas 2022 pode ser o ano da esperança. Muitos intercambistas deixaram seu sonho de lado e tiveram que adiar a ida para estudar em outros países.
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