A experiência de fazer uma graduação ou especialização no exterior pode representar um grande salto na sua carreira. Mesmo assim, é preciso alguns cuidados para evitar que um futuro brilhante se torne uma grande dor de cabeça. A revalidação do seu diploma no Brasil é um deles.
O processo pode ser caro e bem demorado. Há relatos de estudantes que gastaram mais de R$ 5 mil reais e levaram até dois anos para revalidar o diploma estrangeiro. Na USP, por exemplo, apenas para dar entrada no processo de reconhecimento de um diploma de graduação ou pós-graduação, o aluno desembolsa R$ 1.530,00. A taxa está no fim da lista dos 19 documentos exigidos pela universidade. Isso fora os custos de tradução e validação desses documentos.
Para quem pretende seguir carreira acadêmica ou prestar concurso público, a revalidação do diploma gringo é ainda mais importante.
Uma boa dica, que poucos estudantes seguem, é pensar na revalidação antes mesmo de escolher o curso e a universidade no exterior. Para que seu diploma seja válido aqui no Brasil, você precisa buscar uma instituição de ensino brasileira que tenha um curso similar ao que você fez fora do país. Os critérios podem comparar a carga horária, as disciplinas ou a linha de pesquisa. Por isso, vale a pena pesquisar os cursos disponíveis no Brasil antes de se matricular no exterior.
Você pode encontrar a lista dos cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados pelo CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior) no Brasil e pode compará-los com as opções disponíveis onde você deseja estudar.
Se você já escolheu o curso ou já está estudando, procure se informar sobre a documentação necessária para revalidação antes de voltar ao Brasil. Isso é importante porque você vai precisar do diploma, histórico e/ou outros documentos validados pela Embaixada ou Consulado Brasileiro do país onde estudou. Depois de retornar ao Brasil, esse processo pode ficar muito mais caro e demorado.
Como cada universidade tem critérios diferentes, vale a pena pesquisar e ir reunindo a papelada enquanto você estuda. Na UFRS, por exemplo, é preciso apresentar um documento que comprove que o curso é credenciado pelo país de origem. A USP exige um comprovante emitido pela universidade estrangeira que ateste a matrícula do aluno.
Há um projeto de lei aprovado no senado que tenta facilitar esse processo, tornando a revalidação dos diplomas automática para cursos selecionados pelo governo em instituições estrangeiras de renome. A questão ainda levanta muita polêmica por causa das grandes diferenças na regulamentação do ensino superior entre os países.
Um modelo de banco de dados com cursos e universidades selecionadas para as quais o sistema de revalidação seria padronizado também está em estudo pelo MEC. As iniciativas ainda não têm resultado efetivo, mas mostram que as dificuldades enfrentadas por quem estuda no exterior já são foco de discussão. Enquanto isso, vale a pena se preparar antes de decidir estudar lá fora.
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