Saiba como não cair em fraudes bancárias na Irlanda
6 anos atrás
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Quem nunca teve o cartão de crédito clonado ou alguma transação de banco estranha na sua conta, não realizada por você, levante a mão! Se você levantou, provavelmente já deve ter caído em golpes diversos no Brasil, onde esse problema é realmente recorrente.
Mas muita gente acha que, ao fazer intercâmbio, tais fraudes podem acabar. Ledo engano. Na Irlanda, por exemplo, problemas como saques fraudulentos, cartões clonados, transferências irregulares também acontecem.
Segundo uma pesquisa realizada na ilha, cerca de 185 mil funcionários de escritórios irlandeses caíram em golpes chamados “phishing”, que podem resultar em fraudes bancárias. De qualquer forma, se você usa uma conta de banco irlandesa e percebeu algum dinheiro faltando, não se preocupe, pois é possível ter sua renda de volta.
O que é phishing?
De acordo com a BPFI (Banking and Payments Federation Ireland), federação bancária da Irlanda, “phishing” é a tentativa de fraudadores para adquirir informações confidenciais, como nomes de usuário, senhas, bancos on-line ou detalhes de cartão, via e-mail. Eles agem mascarando-se como uma entidade confiável, como seu banco ou instituição financeira. As informações obtidas são usadas para acessar sua conta bancária ou cartão. E, consecutivamente, sacar dinheiro, fazer transferências, compras online etc.
Como os criminosos agem?
O criminoso geralmente envia milhares de e-mails genéricos (como isca, quando se pesca) para pessoas cujos endereços de e-mail obtiveram de uma fonte desconhecida, na esperança de obter uma “mordida”. Esses e-mails tendem a ter saudações genéricas, como “Caro cliente” ou “Titular da conta”. No entanto, em alguns casos, uma tática chamada “spear phishing” é usada.
Nessas situações, o fraudador tem alguns detalhes sobre o alvo (frequentemente, originado por meio de mídias sociais) e pode usar seu nome ou alguns outros detalhes específicos sobre eles no e-mail.
Os e-mails tentam enganar as pessoas para que cliquem em um link. Eles, em geral, afirmam que precisam “atualizar”, “verificar” ou “reativar” a conta ou reivindicar um reembolso. O link leva a vítima a um site falso (que pode parecer com o site da empresa original), no qual é solicitado ao usuário para digitar suas informações financeiras ou de segurança. Outra variação do phishing é a vítima ser solicitada a preencher um formulário anexado ao e-mail e enviá-lo de volta, também por e-mail.
Como evitar um ataque de phishing?
Existem diversas formas de evitar ser alvo de um ataque. A BPFI fez uma lista útil de como identificar uma fraude on-line. Lembrando que, muitas vezes, os golpes podem acontecer por meio de ligações telefônicas.
Dicas de como não cair em fraudes on-line (phishing):
- Barras de ferramentas anti-phishing estão incluídas na maioria dos navegadores da web;
- Verifique se o seu software antivírus está atualizado;
- Nunca responda a e-mails não solicitados ou telefonemas que peçam informações pessoais, financeiras ou de segurança;
- Nunca visite um site a partir de um link fornecido em um e-mail e insira seus dados pessoais, pois há grande possibilidade de ser um site falso;
- Certifique-se de que os sites em que você usa informações confidenciais tenham uma conexão segura;
- O http: deve mudar para https: // quando um site é protegido;
- Olhe para o cadeado na janela do navegador, que mostra se a conexão é segura;
- Preste atenção nas mensagens que aparecem no navegador, alertando você sobre possíveis ataques ou sites suspeitos;
- Evite enviar informações pessoais ou de segurança em um e-mail;
- Verifique seus extratos bancários regularmente e relate qualquer atividade incomum da conta ao seu banco ou emissor do cartão;
- Se você acredita que foi alvo de phishing ou visitou um site de phishing, e forneceu seus dados, entre em contato com seu banco imediatamente.
Experiência de brasileira alerta usuários
A editora de conteúdo do portal E-Dublin, Ávany França, teve sua conta de banco fraudada. Ela afirmou que havia viajado para o Brasil e, poucos dias depois de ter voltado para a Irlanda, percebeu que havia algo de errado em seu extrato. “Quando cheguei, eu fiz transações pelo caixa eletrônico, no lado externo da estação de trem. Eu evito, prefiro sacar dentro de shoppings ou no próprio banco, mas como estava sem dinheiro e tinha acabado de chegar, fiz lá mesmo”, disse.
Segundo ela, nos dias seguintes, viu que o saldo da sua conta estava com valores negativos esquisitos. “Em três dias, dos cerca de 1.500 euros que eu tinha na conta, chegou a apenas oito euros”, disse.
Entre em contato com o banco
A primeira atitude de Ávany foi ir ao banco. “Lá, fui direcionada a ligar na central telefônica, dentro da agência, no sistema de serviço de fraude. Falei com o atendente e expliquei, novamente, sobre os valores decrescentes em minha conta. Ele fez algumas perguntas sobre os lançamentos e cancelou o cartão imediatamente”, relembrou.
“Um novo cartão foi solicitado e, cinco dias depois, chegou a minha casa”. Ávany também foi solicitada a comparecer na Garda para fazer um informe de fraude, pois, apenas com ele, o banco terá autoridade para investigar o caixa eletrônico, onde a fraude pode ter ocorrido.
“Saí do banco com o cartão bloqueado e, logo na sequência, recebi a mensagem do banco informando sobre a investigação em andamento. Dois dias depois, os valores foram devolvidos por meio de refund na minha conta”, afirmou.
Sem desespero
A experiência de Ávany a fez entender que não é preciso desespero nesses casos. “Essa é a primeira vez que acontece comigo em dez anos morando aqui na Irlanda. Quando essas coisas ocorrerem, pare, respire, tome as medidas cabíveis e espere a solução do banco. Tem a parte burocrática de ir ao banco, Garda etc. para resolver, mas o banco vai devolver o que for, porque eles devem ao cliente a segurança. Se a segurança foi violada, a responsabilidade é do banco.”
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