Um assunto recorrente entre os intercambistas — pessoas que saem do Brasil para trabalhar e estudar no exterior — é o que muitos ainda chamam de “subemprego”. O termo, muitas vezes, é empregado de forma negativa, mal interpretada ou, até mesmo, pejorativamente. Mas, por quê?
O “subemprego” é o que chamam os tipos de emprego em que o empregado recebe salário mínimo, exerce funções abaixo de suas formações, além de serem vagas nas quais não é preciso algum tipo de curso superior ou técnico para que sejam preenchidas.
Em inglês, o termo pode ser traduzido como “underemployment” ou “subemployment”. Ou, ainda, é utilizado o termo “underpaid job”, ou seja, um trabalho nem tão bem remunerado assim.
Mas afinal, o que quer dizer “subemprego” e o que ele significa quando viajamos para outro país para fazer intercâmbio?
Vamos refletir juntos?
No dicionário Michaelis, “subemprego” significa “emprego não qualificado, muitas vezes sem vínculo empregatício, de baixa remuneração”. O dicionário também explica que o termo pode ser um “emprego abaixo da qualificação do empregado”.
O subemprego até já foi tema de redação no ENEM, que na ocasião o classificava como:
“O ‘subemprego’ é relacionado ao desemprego, pois ele surge quando pessoas sem nenhuma ou pouca formação profissional necessitam de trabalho e optam por empregos como diaristas, catadores de papel, entre outros.
Assim, os subempregos quase que em sua totalidade oferecem baixas remunerações, o que resulta em baixa qualidade de vida aos subempregados, além de certa instabilidade com relação ao salário…”.
No caso de intercâmbio, muitas pessoas optam por empregos que não são formados e pagam salário mínimo, pelo menos na hora de viver em outro país ou de começar, como os mais jovens, a atuar no mercado de trabalho. Também existe a barreira da língua.
Vamos falar mais sobre isso.
Leia também: O lado psicológico de encarar os “subempregos” na Irlanda
Um artigo do Salary.com enfatiza quais são os motivos para que uma pessoa aceite um trabalho aquém de suas qualificações e com cifras mais baixas. Entre eles, o autor cita um período de transição na vida, em que aquele trabalho temporário venha a beneficiá-lo no futuro, seja educacional ou profissionalmente.
A NBC News Career também abordou o tema, citando que os empregos com menores salários sempre foram uma realidade na economia americana, e que quase sempre se relacionaram com grandes mudanças na economia do país, especialmente em consequência da demanda.
O artigo ressalta, ainda, o perfil dos profissionais que trabalham nesses setores: pessoas muito jovens, em busca do primeiro emprego ou, ainda, pessoas que têm encontrado dificuldade em encontrar trabalho em sua área por longo período e acabam “agarrando o que aparece”.
Um bom exemplo veio da filha de um ex-presidente estadunidense. Malia Obama, filha de Barack Obama, investiu no seu primeiro emprego e serviu cafezinho em um set de filmagens por algumas semanas, assim como muitos jovens de sua idade fazem.
E, pelo visto, a filha de um dos homens mais influentes do mundo não parece ter se importado com uma “subposição” de trabalho!
O tema também foi mencionado no LinkedIn, onde a Consultora de Carreira, Margarete Soares enfatiza os prós e contras dos trabalhos que são pejorativamente chamados de “subempregos”, deixando claro que nem tudo são flores nesse tipo de posição, na qual, geralmente, exige-se mais esforço físico e muitas horas de trabalho, tudo isso com renumeração baixa.
A BBC usou em uma de suas matérias o termo “underemployment” para mostrar que, pelo menos, 1 em cada 10 profissionais no Reino Unido trabalha em cargos abaixo de sua qualificação! E, inclusive, traz o relato de uma jovem graduada dizendo que, apesar de ter o sonho de trabalhar em sua área, os entraves são tantos que, enquanto a chance não chega, ela segue atuando em áreas aquém das suas qualificações.
Aliás, em toda a Europa, é mais do que comum ver jovens universitários trabalhando em cargos considerados “menores” para poder bancar os estudos.
Assim como já citamos anteriormente, intercambistas, jovens universitários ou adolescentes começam a trabalhar em trabalhos com baixa qualificação quando mudam de país — o que pejorativamente é chamado de “subemprego”.
Intercambistas na Europa, Oceania, América do Norte e todo o mundo, muitas vezes, deixam de lado o diploma de advogado, jornalista, dentista e diversos outros para atuar em novas áreas como limpeza e hospitalidade.
Isso também é bastante comum entre os brasileiros que vivem em países como Inglaterra, Canadá e Irlanda.
Vários brasileiros têm a expeirência de trabalhar em um emprego onde não são exigidas qualificações como universidade, pós-graduação, entre outros. Além disso, por conta do inglês ainda básico ou intermediário, esses brasileiros acabam trabalhando em áreas onde o idioma fluente não é uma exigência.
Outra questão é que, muitas vezes, por conta do visto de estudante — que permite trabalhar apenas 20 horas semanais — o intercambista não encontra outras oportunidades além dessas.
Conversamos com alguns deles para entender melhor como funciona essa experiência.
Vinícius Estrela, de 31 anos, encarou emprego de auxiliar de cozinha, garçom e outros quando decidiu fazer seu intercâmbio na Irlanda. Sem experiência, ele relatou ter enviado dezenas de currículos até começar a trabalhar em cozinha.
“Eu tinha em mente que, devido ao meu nível básico de inglês, eu precisaria encarar os famosos subempregos. Que me desculpem os resistentes a esse termo, mas, na verdade, ele é muito apropriado, já que, no geral, aceitamos empregos muito aquém das nossas qualificações curriculares”, disse.
Para Vinícius, um futuro intercambista pode, no Brasil, fazer algum tipo de curso como barista ou bartender para chegar já com algum tipo de experiência. Existe, até mesmo, curso de cleaner para mostrar as técnicas mais usadas na Europa.
“No final das contas, para muita gente, são esses trabalhos que pagarão as suas contas nos primeiros meses de Irlanda.”
Existem algumas clássicas vagas de emprego para quem faz intercâmbio no exterior.
São tipos de trabalho, como já dissemos, em que se paga o salário mínimo e não há necessidade de alguma formação para executá-lo.
São eles:
Um dos países onde brasileiros encaram o subemprego ao embarcar para o intercâmbio é a Irlanda. Assim como Estados Unidos, Canadá, Austrália e outros, essas vagas pagam o mínimo e existem muitas oportunidades nas áreas de limpeza, hospitalidade e assistência a idosos e crianças.
Mas, então, vem a dúvida: dá mesmo para se sustentar?
Com o salário mínimo na Irlanda pagando 11,30 euros por hora e com a possibilidade de um estudante intercambista trabalhar 20 horas semanais, é possível ganhar cerca de 900 euros por mês.
O Censo edublin 2021 mostrou um pouco mais sobre quanto ganha e quanto gasta um intercambista na Irlanda. Dá uma olhada.
Como podemos observar, o termo “subemprego” pode ser considerado pejorativo na maior parte das interpretações. Mas, mesmo em inglês, ele resume atividades que não exisgem qualificações técnicas e que, geralmente, pagam o mínimo.
O é tema recorrente em diversos canais e de forma muito consistente. Em todas as matérias citadas, assim como nas oportunidades em que utilizamos o termo aqui no edublin, é preciso sempre deixar claro a não depreciação dos trabalhadores dessa área de serviços.
O próprio dicionário Aurélio pontua que o termo refere-se a elemento designativo de inferioridade, substituição, aproximação. Ou seja, um profissional graduado que esteja fazendo um trabalho abaixo de suas qualificações está em uma situação de substituição, inferior à posição para qual está qualificado e, por isso, opta temporariamente por uma substituição no setor empregatício.
Um médico, advogado ou publicitário que decidiu fazer intercâmbio para melhorar o inglês, certamente, não poderá exercer as suas qualificações no país de acolhida, por motivos de qualificação, que é diferente de país para país.
Assim, esse profissional terá que recorrer a um trabalho inferior ao que está qualificado a exercer se quiser ter um salário para pagar as contas que, diga-se de passagem, não são nada baixas na Europa.
Vale ressaltar, ainda, que as próprias condições do visto de estudante em um outro país já pré-seleciona o intercambista para empregos “part time”. Com a autorização de trabalho de apenas 20h semanais, na Irlanda, por exemplo, as possibilidades de esse profissional conseguir um trabalho na área são mais limitadas, já que os empregadores procuram profissionais que possam trabalhar full-time (40 horas semanais).
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