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Trabalhando de Au Pair

Essa é uma dica da Catherine, que acabou de chegar e está trabalhando como Au Pair de uma família na Irlanda. Ela conta um pouquinho de como é e como faz pra ser Au Pair. Thanks Cath! :)

Olá, primeiramente, acho importante dizer que Au Pair não é uma “profissão” reconhecida aqui, portanto não é possível se inscrever em algum programa e contar com o apoio de uma agência caso algo dê errado, como as meninas que querem ir para os EUA fazem. Por esse motivo, não existem regras. As famílias, no entanto, parecem preferir meninas que tenham entre 20 e 30 anos. A maioria não exige experiência anterior, a não ser no caso de recém-nascidos, e nem algum tipo de documentação/certificação especial (enfermagem, por exemplo). A carteira de habilitação também não é obrigatória mas pode ser diferencial, pois alguns deles pedem pra você buscar as crianças na escola, por exemplo.

Eu estava com um pouco de medo de chegar aqui e não encontrar emprego. Comecei a procurar uma família ainda no Brasil, uns quatro meses antes do meu embarque. O primeiro passo foi me cadastrar em vários dos inúmeros sites que existem para essa finalidade. A maioria não me deu nenhum retorno, mas os seguintes funcionaram bem:

www.greataupair.com
www.aupair-world.net
www.easyaupair.com

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Foram centenas de e-mails e algumas ligações (sempre deles pra mim). As perguntas eram basicamente as mesmas: se eu já havia cuidado de crianças, se sabia cozinhar, se estava disposta a fazer um pouco de trabalho doméstico (geralmente passar a roupa das crianças e arrumar a bagunça deles, etc), o que gostava de comer e de fazer nas horas vagas. É mais uma conversa bem informal durante a qual eles checam seu perfil e, muitas vezes, o seu nível de inglês. Apesar das famílias não exigirem inglês fluente, acho que é bem complicado eles contratarem alguém que não consiga se comunicar direito, pois isso dificulta tanto a integração com a família quanto no próprio progresso da criança.

Admito que procurar uma família é um processo bem frustrante porque muitas vezes você acha que está tudo caminhando bem e a família nunca mais te responde. E sempre tem um detalhe ou outro que não se encaixa no que você está procurando.

Um mês antes da minha viagem, fechei com uma família. É importante que você tenha alguma referência sobre eles, pois eles não serão apenas chefes. São pessoas desconhecidas com quem você vai morar num país estranho. Geralmente, eles mesmos oferecem o contato da antiga au pair para que você converse e tire suas dúvidas. No meu caso, falei com a brasileira que havia trabalhado para eles e chequei as informações. Eu iria receber 100 euros por semana (o salário varia entre 100 – 150 euros semanais) para trabalhar 40 horas e cuidar de duas crianças.

Duas semanas antes do embarque, recebi um e-mail de uma outra família que também estava interessada no meu perfil. Eles ofereceram mais (130) para trabalhar menos (25 horas). Sei que vou parecer muito mercenária, mas não tive dúvidas! Depois de muito conversar com essa nova família e com a au pair deles, avisei a outra família sobre a minha decisão.

Não há contrato, só acordo verbal. É comum ouvir meninas reclamando que estão trabalhando muito mais do que havia sido combinado, principalmente em relação ao trabalho doméstico. A dica é optar por uma família que já tenha uma cleaner. No meu caso, eu não faço praticamente nada em casa. Nem a minha roupa eu não preciso passar! Só preciso ajeitar a bagunça das crianças, mas isso é bem tranquilo.

Acredito que a maior vantagem em ser au pair consiste no fato de você ter moradia (quarto individual) e alimentação e poder treinar seu inglês a todo momento. O primeiro ponto positivo, porém, é também o mais problemático. O choque cultural é muito grande (as crianças aqui de casa tomam banho duas vezes por semana e os pais costumam ser extremamente metódicos) e é complicado separar seu horário de trabalho do seu momento de descanso. É comum as crianças entrarem no meu quarto no domingo de manhã para brincar, por exemplo.

Bom, é isso. Como em qualquer emprego, há coisas boas e ruins. Acho que o ponto principal é ser bastante paciente e tolerante. Às vezes é bem desgastante cuidar das crianças e penso em largar tudo, mas gosto da segurança que esse emprego me dá e adoro quando as crianças chegam da escola e ganho aquele abraço gostoso!

Edu Giansante

Fundador e CEO do edublin, Edu chegou na Irlanda em 2008, no ano pré-crise, pegou a nevasca de 2010 e comeu cérebro de cabra em Marrakesh. O Edu também é baterista da banda Irlandesa Medz.

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