Três dicas sobre intercâmbio na Irlanda por quem o fez

Por Miguel Carvalho

Você ai, é você! Eu apenas queria que soubesse  três dicas de intercâmbio na Irlanda que fizeram toda a diferença na minha temporada europeia.

Foto: Arquivo Pessoal

Intermediano, no thanks

Temos infinitas dúvidas quando pensamos em realizar o sonho de estudar fora do Brasil. Pensamos no que achamos que encontraremos lá fora, o desconhecido e assustador novo mundo. Uns amigos dizem para ir, outros falam que o frio, comida estranha, saudade da família e deixar trabalho é “complicado”. Sem falar na língua que não dominamos, isso sem dizer da cultura europeia tão diferente da nossa.

Como muitos intercambistas que vieram para ficar somente os seis meses de General English, eu senti que o que eu queria era bem mais. Um ano e oito meses depois todas dúvidas surgidas durante o processo de pesquisa me parecem um tanto quanto medievais. O inglês vai fazendo sentido à medida em que o real motivo que nos trouxe aqui também vai ficando mais claro. Passamos a perceber o domínio da língua inglesa, o quanto ele é possível e as portas que se abrem depois dele. Nosso mundo se amplia quando passamos naturalmente do nível “intemediário”, aqueles que citamos timidamente no curriculo nos primeiros meses, ao nível fluente. Conhecemos pessoas e lugares que, se não tivéssemos saído para ter essa experiência internacional, dificilmente aconteceria. Sobre as dúvidas que insistiam em não sair da cabeça só tenho uma coisa a dizer: We’ve come too far / To give up who we are / So let’s raise the bar /And our cups to the stars

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Voluntariado – I do it

Interessante a visão que nós brasileiros temos dessa palavra quase não dita no Brasil, voluntariado. Ganhar em euro parece ser o caminho certo, especialmente porque a grande maioria de nós  passou a vida ouvindo que o bacana era receber em euros. Ao chegar na Irlanda os mochileiros sabem o quanto os aclamados euros são raros. No meu caso eu continuei esperando ansiosamente para o momento em que meu primeiro subemprego surgisse, mas até lá, me joguei no trabalho voluntário. Eu mesmo já  havia falado “voluntariado é coisa de quem tem a vida ganha”. Mais eis uma frase que já não existe no meu dicionário. Fiz meus primeiros amigos irlandeses, conheci os melhores lugares de Dublin e participei dos projetos mais interessantes, tudo graças aos trabalhos voluntários que fiz. Sem dizer que voluntariado faz um bem sem precedentes para o seu currículo. Inclusive, está ai algo que não paro mais de fazer, nem que for só  por poucas horas semanais. Por quê?  Por que voluntariado é impagável.

O mundo multicultural

Para mim Dublin foi uma das melhores escolhas que eu ja fiz e o intercâmbio, uma experiência internacional única. Foi em Dublin que eu conheci nigerianos, sauditas, poloneses, italianos, canadenses, americanos, coreanos, japoneses, para ser breve nessa lista. Foi em Dublin que gostos, músicas e os diversos sotaques desse lado do Atlântico passaram a fazer sentido para mim. Mesmo os europeus  são mais heterogêneos do que eu pensava. O livre acesso aos países vizinhos parece ser uma ótima alternativa para os visitantes europeus que queiram manter-se conectados com seus países de origem, da mesma forma que abre para nos intercambistas, um Velho Mundo a desbravar. Morar com brasileiro não foi uma experiência negativa, fez parte do enriquecimento cultural. Para mim foi como promover a internacionalização sem perder a nossa queda por feijão cozidinho, ali, na hora, o bate-papo sem receio de cometer uma gafe ou mesmo um alívio na hora de desespero.

Bom, esses foram algumas das experiências que me ajudaram na minha temporada em solo verde. Foram passos fundamentais para romper o medo da chegada, a incerteza da nova perspectiva de vida, daquelas dúvidas da preparação e todos os outros anseios naturais quando se toma uma decisão tão importante para a sua vida. Esses foram acima de tudo os meus três fundamentais passos para transpor a fase tira-foto e mergulhar na ilha esmeralda.

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