Uma das principais universidades irlandesas, a UCD, foi destaque na mídia nas últimas semanas por habilitar mais de 170 banheiros da instituição como gênero neutro. Essa medida é uma evolução e evita que estudantes sejam discriminados por não se sentirem confortáveis com a classificação de gênero masculino ou feminino.
A iniciativa da universidade também visa tornar o campus da instituição um ambiente mais acolhedor a estudantes e empregados transexuais ou que se classifiquem como gênero neutro. Assim, os banheiros terão as placas de masculino e feminino substituídas por uma com múltiplos símbolos, representando todos os gêneros.
A universidade também autorizará que seus estudantes modifiquem seus nomes nos documentos oficiais da universidade, sem a exigência de certificados de reconhecimento de gênero para aprovação da mudança.
Em 2016, a Trinity College designou seis banheiros do departamento de artes como gênero neutro. Já em 2017, a Dublin City University, DCU, abriu nos seus três campus um total de 54 banheiros universais. O mesmo foi feito no Waterford Institute of Technology, onde 51 banheiros foram transformados em gênero neutro. Dublin Intitute of Technology e University of Limerick são outras instituições irlandesas que também adotaram a medida.
O banheiro neutro não é uma novidade na sociedade, mas ainda raro na Irlanda e em muitos outros países, como o Brasil, por exemplo. Mesmo assim, o conceito já existe há anos, sendo adotado por várias organizações e inclusive apoiado pela Human Rights Campaign. Como resultado, essa iniciativa traz um conforto para as pessoas – em especial aquelas em fase inicial de transição. Portanto, essa é, acima de tudo, uma questão de respeito, de evolução da sociedade e compromisso com a diversidade.
Apesar de a iniciativa da UCD de promover um ambiente inclusivo para seus alunos ser considerada uma das maiores entre as universidades irlandesas, outras instituições de ensino tem tomado iniciativas na mesma direção. A Trinity College, por exemplo, está gradualmente eliminando o termo masculino “freshman” para seus alunos do primeiro e segundo ano, substituindo a expressão pelo termo neutro “fresh”, que nesse contexto significa aluno iniciante.
Enquanto muitas sociedades visam um futuro mais inclusivo, os Estados Unidos seguem o caminho oposto neste quesito. Em fevereiro de 2017, o presidente americano Donald Trump reverteu uma decisão do governo anterior, proibindo que estudantes transgênero utilizem os banheiros de sua escolha nas escolas do país.
Imagens via Dreamstime
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