Universitários fazem empréstimos para cobrir custos com acomodação na Irlanda

A crise habitacional na Irlanda tem afetado toda a sociedade, mas tem um impacto nos estudantes universitários, principalmente estrangeiros, já que isso pode ser uma barreira para o acesso ao ensino superior no país.

Um novo relatório produzido pela União dos Estudantes da UCD (University College Dublin), faz um balanço de como anda a situação com os universitários da instituição. Entre as informações mais chocantes do Student Accommodation Survey está a de que 10% deles tiveram que fazer empréstimos privados para cobrir os custos do aluguel.

Segundo o relatório, 18% dos locatários não possuem algum tipo de contrato escrito que detalhe os termos e condições de seu aluguel. Metade deles não sabe se seus nomes estão registrados no RTB (Rental Tenancy Board), órgão que fiscaliza propriedades de aluguel no país.

Impacto na educação e saúde mental

Impacto na saúde mental por causa da acomodação afeta 45% dos estudantes. 

A maior parte dos entrevistados, 26%, disse pagar entre 700 a 900 euros por um quarto e 21% disse chegar a pagar até 1.150 euros.

Cerca de 30% também disse não estar satisfeito com sua acomodação e pelo menos 35% disse pagar os custos de aluguel com trabalho part-time (20 horas por semana). Pagar acomodação, aliás, teve impacto na educação em mais de 50% dos pesquisados.

A busca pela acomodação também tem tido um efeito negativo na saúde dos estudantes, sendo 45% dos entrevistados afirmando um impacto negativo em sua saúde mental.

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‘É desanimador’, afirma presidente da União dos Estudantes

Em entrevista ao LADbible Ireland, a Presidente da União dos Estudantes da UCD, Molly Greenough, disse que o relatório “demonstrou que a crise é contínua e piorou em algumas áreas ao longo do último ano”.

“Para os estudantes acumularem dívidas apenas para terem um teto sobre suas cabeças, diríamos que isso realmente demonstra uma falha do governo em combater adequadamente a crise. Qualquer falta de conhecimento sobre seus direitos é perigosa, porque deixa muito espaço para exploração”, afirmou.

A pesquisa foi feita com 1.553 estudantes da UCD entre novembro e dezembro de 2022.

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