Ao lado esquerdo da igreja de pedra, no cemitério de Drumcliffe — situado em uma pequena cidade na costa oeste da República da Irlanda — está a sepultura do maior poeta da história da Ilha Esmeralda: William Butler Yeats.
Yets conta com apenas aproximadamente 30 mil habitantes, ruas charmosas cortadas por canais e habitadas por casinhas e cafés coloridos. É embriagante a sensação de estar nesse pequeno lugar, cuja missão é respirar as palavras de um poeta, mesmo após 78 anos de sua morte. Em cada montanha, em cada lago, em cada pequena flor margeando a estrada, após cada praia, é possível captar toda a atmosfera transformada por ele em poesia para celebrar sua terra.
Sligo, a sede do Condado homônimo, venera William Yeats. Lá é possível visitar, além da sua sepultura, um charmoso café com souvenirs em sua homenagem e uma pequena livraria dedicada às suas principais obras, dentro do cemitério — transformado-o em ponto turístico para os amantes da literatura e da poesia.
Dentro do café, alguém pega o violino e inicia uma balada irlandesa com direito à dança tradicional, uma espécie de sapateado, para o deleite dos visitantes que param tudo para apreciar.
Visitantes das mais diversas nacionalidades conversam ao redor de seu túmulo, fazem fotos ou apenas ficam em silêncio, em estado de oração, como se apenas o fato de estarem ali fosse o suficiente para aspirar alguma inspiração vinda da alma de Yeats.
Mas o cemitério é só o começo da jornada poética. Basta seguir até o Centro da cidade para deparar-se com o café, a estátua, além da encantadora Casa dos Tijolos Vermelhos, onde fica localizado o “Yeats Memorial Building”, cujo propósito é manter vivo o legado do poeta, além de incentivar as comunidades artísticas do lugar. No Memorial, há uma exposição permanente e uma biblioteca.
Mais alguns passos, e Yeats está lá, representado por uma estátua gravada com trechos de seus mais famosos poemas. A escultura está situada em frente a uma agência do Ulster Bank, na Stephen Street.
Ali, entre as montanhas, lugar escolhido para receber o que restou de matéria desse imortal, é impossível não se conectar com algo maior. Não precisa fazer qualquer esforço além de respirar. A poesia dança no ritmo da vida, a cada ar inspirado, cintilando versos em cada poro — porque eles estarão abertos à espera da grande revelação do nada que a poesia espreita.
Em 2017, no mês de junho, a Irlanda celebrou Yeats e James Joyce em uma grande festa literária, que contou com empresas de turismo percorrendo o país, cruzando os lugares e paisagens que inspiraram ambos em suas obras. Os festejos do aniversário de William Yeats (13 de junho) aconteceram em Sligo, terra na qual ele viveu e embasou sua poesia e todo o seu trabalho literário.
Já o Bloomsday, assim como todos os anos, em Dublin, foi celebrado no dia 16 de junho, data na qual Joyce inspirou-se para escrever seu grande romance, “Ulysses”, com 900 páginas. O nome “Bloomsday” faz referência ao seu personagem Leopold Bloom.
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